Acessibilidade digital: sua organização dá a ela a atenção necessária?

Quando falamos da comunicação nas organizações, é comum que nem todas as pessoas que podem vir a ter acesso a essas informações sejam levadas em conta. A acessibilidade é importante não só no meio físico, mas também no digital!
Ao se comunicar com seu público, a organização não pode deixar de considerar que ele é diversificado em muitos quesitos e portanto nem todos consumirão seu conteúdo da mesma forma. Não adianta mapear as buyer personas ou definir um público alvo: existem peculiaridades que não se pode generalizar, pois se tratam de diferentes tipos de deficiência.
Navegar na internet não é nem de longe o modo mais inclusivo de se comunicar, caso não sejam tomadas as providências necessárias. A inclusão digital ainda anda a passos lentos no país e há um longo caminho a ser percorrido para que ela seja executada de forma no mínimo satisfatória.
Ao compartilhar um conteúdo online, a marca deve se preocupar com a forma como as pessoas conseguem acessá-lo. Uma pessoa cega consegue compreender esse conteúdo visual? Uma pessoa surda consegue capturar a mensagem desse conteúdo audiovisual? Uma pessoa idosa, que provavelmente tem a visão fraca, consegue consumir esse conteúdo textual em fonte pequena?
Todos esses questionamentos orientam a pessoa ou a equipe que cuida das relações públicas da organização. Para ter um discurso coeso com sua imagem, a empresa deve não só se mostrar preocupada com as questões de acessibilidade, mas também implementar soluções desse tipo em suas mídias digitais.
Existem atualmente as mais diversas soluções de acessibilidade, mas muitas vezes elas esbarram na falta de informação e acabam não conseguindo ser tão eficazes quanto prometem. Plug-ins para websites, por exemplo, tem a premissa de auxiliar pessoas com deficiência visual a enxergar melhor o conteúdo, alterando tamanho de fonte, brilho, contrate, entre outros. Outro exemplo é o de plug-ins que fazem a tradução instantânea do português para libras, ajudando assim as pessoas que se comunicam apenas por essa linguagem.
Contudo, esse processo acaba interferindo na qualidade do conteúdo. Um caso recente que aconteceu foi na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2017. Havia a opção de libras para os deficientes auditivos, o que foi um grande passo rumo a um exame mais acessível. Entretanto, a tradução não contava com vídeo, o que tornava necessário que os estudantes com essa condição tivessem mais tempo para responder as perguntas, mas isso não aconteceu. Os participantes reclamaram da situação de aplicação da prova e a organização (Ministério da Educação) disse que vem buscando melhorias nesse âmbito.
Diante de tudo isso, percebemos o quanto a acessibilidade é um tópico importante para ser trabalhado pelas organizações. É tudo uma questão de empatia: a empresa deve se colocar no lugar do seu público para entender a fundo suas necessidades e restrições.

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