Cultura organizacional: um relato sobre a Cria UFMG


Slogan da Cria UFMG


A primeira vez em que eu ouvi falar da Cria foi em uma das primeiras semanas de entrada na UFMG, em uma recepção do colegiado de Comunicação. Nesse dia, nós, calouros,  também fomos apresentados ao ComuniCA e, por último, à empresa júnior de comunicação da universidade.
A apresentação foi a seguinte: o presidente da Cria na época se apresentou, falou um pouquinho sobre o que era a Cria e, logo em seguida, passou um videozinho pra gente. Assim que eu vi o vídeo, já me vieram algumas impressões sobre aquela empresa até então desconhecida: era composta por alunos que, assim como eu, estavam no início do curso e que não tinham experiência de mercado, mas mesmo assim botavam uma empresa pra funcionar - isso me deixou surpresa de uma forma boa, pois aí eu vi que existia um lugar no qual eu poderia trabalhar sem experiência, justamente para aprender. Também me pareceu que aquelas pessoas do vídeo estavam bem felizes trabalhando na Cria, em um lugar descontraído no qual elas tinham liberdade para se expressar sobre o seu trabalho.
Muita coisa aconteceu desde esse dia até que eu trabalhasse lá, mas o que eu quero dizer com tudo isso?
Quero dizer que desde a apresentação inicial da Cria UFMG nós já entramos em contato com um pouco da sua cultura organizacional, isto é, a cultura Cria.

Cultura organizacional é um sistema de valores compartilhados pelos membros de uma organização, em todos os níveis, que diferencia essa organização das demais.


Esses valores compartilhados são importantes para criar uma certa coerência de pensamento na empresa, isto é, um alinhamento entre as ideias pregadas pela organização e as de seus funcionários. Na Cria, por exemplo, um dos valores pregados é o desenvolvimento colaborativo, isto é, o trabalho em equipe, que possibilite o aprendizado através da ajuda mútua entre os membros. Dessa forma, uma pessoa que não seja disposta a trabalhar em grupo e que preze pelo desenvolvimento de forma exclusivamente individual provavelmente não será um membro adequado para a empresa.
Justamente para que as pessoas que trabalham na Cria estejam alinhadas com seus valores e sua identidade, um dos processos de seleção do Trainee da empresa é a entrevista individual, na qual observa-se se as características que a pessoa apresenta naquele momento são coerentes com a Cultura Cria. Essa medida é importante para evitar eventuais problemas no futuro, tais como desavenças internas e uma imagem ruim da empresa para o público externo.


Após um processo de trainee de 3 meses, os novos membros da empresa júnior são selecionados. Um dos critérios de avaliação é a identificação dos trainees com a Cultura Cria.

Além de, desde o início do semestre, os calouros serem apresentados aos valores da empresa júnior de comunicação da UFMG, eles também já têm um contato inicial com sua missão e visão.






Dennis K. Mumby, em seu texto “Reflexões críticas sobre comunicação e humanização nas organizações”, comenta:
“Dado que as pessoas passam parte considerável de suas vidas nas organizações, há um desejo crescente de que o trabalho seja gratificante e enriquecedor. [...] Ao estudar as organizações, às vezes esquecemos que elas são formadas por pessoas reais, de carne e osso.” (MUMBY, Dennis, 2010)

Durante os seis meses nos quais trabalhei na Cria, observei que havia a constante preocupação com o bem-estar de todos. Para garantir que a “experiência Cria” fosse aproveitada da melhor forma possível e a fim de manter os membros motivados a trabalhar, havia ações dos núcleos de Gestão de Pessoas e do Marketing nesse sentido, tais como a caixinha da Gentileza Gera Gentileza e a Butecria. Essas ações contribuem em grande medida para a manutenção da Cultura Cria, uma vez que um ambiente de trabalho descontraído e criativo são marcas registradas na empresa.
Com a minha experiência trabalhando na Cria UFMG, aprendi na prática o que é a cultura organizacional e a sua importância. Essa cultura foi ensinada de forma tão forte que, mesmo após ter me desligado da empresa júnior, ainda me sinto pertencente a ela. Isso demonstra o impacto da cultura organizacional no comportamento dos indivíduos.

Escrito por: Camila Meira


Referência bibliográfica:
MUMBY, Dennis. Reflexões críticas sobre comunicação e humanização nas organizações. In: KUNSCH, Margarida. A comunicação como fator de humanização nas organizações. São Paulo: Difusão Editora, 2010, p.19)

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